Justiça suspende venda de marca de açúcar cristal em Divinópolis

Justiça suspende venda de marca de açúcar cristal em Divinópolis

Embalagens apresentavam partículas de ferro

A justiça de Minas Gerais decidiu suspender a venda de uma marca de açúcar cristal, em Divinópolis. As embalagens apresentavam partículas de ferro. Um risco para a saúde.

Ao fazer o café, a aposentada Maria de Lourdes Vilela estranhou os resíduos escuros que ficavam no fundo da panela. Ao passar o imã de geladeira descobriu que pontos eram atraídos por ele.

Em uma semana, a Associação de Defesa do Consumidor do Centro-Oeste de Minas recolheu o açúcar e formalizou a 30 denúncias.

“A minha família e outras consomem. Não se sabe o resultado do produto e a gente fica preocupado”, diz o entregador João Cardoso. 

A presidente da Associação, Tereza Arruda, fez o teste em todas as embalagens lacradas e confirmou a atração das partículas pelo imã. Quando o açúcar é retirado e o imã coberto com uma folha branca a atração e o movimento são ainda mais evidentes.
O problema foi detectado em cinco marcas. Nas embalagens tem apenas os dados dos empacotadores. Falta a informação da origem do produto, ou seja, da usina onde foi produzido.
'A suspeita é que seja uma fábrica clandestina e que isso esteja acontecendo em todo o Brasil e talvez seja, inclusive, uma usina do exterior que esteja mandando esse produto clandestinamente para o Brasil. Pode ser também um produto que deveria ter sido descartado pela Vigilância Sanitária e, em vez de ser destruído, esteja sendo reaproveitado, reempacotado e distribuído para os consumidores”, diz Tereza.
O Ministério Público pediu uma perícia do material. 'Eventuais danos que tenham sido causados são passíveis de ressarcimento pelos fornecedores desses produtos, pelos supermercadistas, embaladores, distribuidores e pelos fabricantes”, explica o promotor de Defesa do Cidadão, Sérgio Gildim.
Antes mesmo do resultado da perícia e de ouvir os comerciantes e empacotadores, o juiz José Maria dos Reis concedeu liminar determinando a suspensão imediata da comercialização da marca Doce Mel e que nos próximos dias a proibição será estendida às outras quatro marcas. A partir deste sábado (10), o comerciante que por pego vendendo o produto vai pagar multa de R$500 por cada pacote.
Oficiais de justiça notificaram a decisão aos comerciantes onde foram compradas as primeiras amostras. Na segunda-feira (11), a Associação de Defesa do Consumidor vai pedir que a proibição seja estendida aos outros estabelecimentos comerciais e a todas as marcas que apresentaram o problema.
O consumo do açúcar pode ser um risco para a saúde, alerta o médico Flávio Marcelino. Conforme o tamanho das partículas existe a possibilidade de perfuração do intestino. E esse é só um dos perigos.
'Não se deve consumir por causa do risco de contaminação biológica, até mesmo fezes de ratos, alguma coisa que pode aparecer. Então já que o açúcar não é de boa qualidade, em princípio não, então não se deve consumir', diz o médico.
A produção do MGTV tentou falar com a direção da empresa World Brasil, responsável pelo empacotamento da marca Doce Mel. Uma secretária disse que o gerente de vendas da empresa, Gilmar Augusto, que seria a única pessoa autorizada a dar entrevista não poderia atender porque estava em uma reunião. A Doce Mel tem cinco dias para apresentar uma defesa. As outras marcas apontadas pela Associação das Donas de Casa, por ter o mesmo problema, só devem ser notificadas na próxima semana.
Fonte:Megaminas